
Ana Clara, esse nome é tanto familiar para mim. Não tenho nem palavras para descrever o que ela significa, mas vou pelo menos tentar passar para vocês o que essa garotinha de apenas um ano de idade, que conquista a todos, e só ela chega a roubar a cena e chama atenção de todos aqueles que estão ao seu redor.
Pois bem, a Ana Clara que nasceu no dia 21 de abril de 2003, como filha de Maria de Lourdes Oliveira e José Maria da Silva, possui uma doença chamada síndroma de Down ou "mongolismo". Ela tinha apenas três meses de vida, quando ingressou na família do projeto "Menino Jesus de Nazaré" em meados de julho do ano passado. Ninguém imaginaria que ela teria um progresso tão rápido. Sua mãe sempre fala que se não fosse a assistência do projeto, hoje ela não estaria tão bem. Como a mãe mesma relata, a Ana Clara ao ingressar no projeto, era uma criança "sem vida", porque ela não tinha movimento nenhum no corpo, onde colocava ficava, se alguém não mudasse, ela permanecia no mesmo lugar. Hoje, Ana Clara é uma criança esperta, você olha o rostinho dela e vê que apesar da doença, ela é uma menina feliz, ela se arrasta, fala palavras soltas, fica de pé sozinha, dá algumas passadas e muito mais – toda essa evolução graças ao trabalho que estou desempenhando. A minha convivência com Ana Clara é muito boa, sem falar da família dela, que é um povo acolhedor, talvez seja por isso, que ela seja tão feliz. Não vou negar que não tenha alguns pontos negativos, porque tem dias que Ana Clara está muito irritada e quase não deixa fazer fisioterapia, mas basta fazer um carinho que ela já se derrete toda.
A mãe conta que cada dia que passa a Ana está progredindo mais e mais, talvez eu esteja sendo precipitada com o que vou falar agora, mas, a Ana Clara já melhorou 90%, porque quando ela iniciou o processo de fisioterapia nem sequer se mexia e agora já está quase andando. É uma pena que nos próximos meses ela tenha que nos deixar, pois em breve estará andando e alcançará os outros 10% que estão faltando.
É muito bom saber que a gente está ajudando alguém a encontrar a si mesmo. É isso, tentei passar pra vocês, o quanto é gratificante trabalhar com crianças especiais, porque apesar de serem excepcionais são muito felizes, e ao mesmo tempo nos fazem felizes também.
Existe um pensamento que diz: "Tudo que deve ser feito, merece ser bem feito..."
A continuação segue.